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Avisos iniciais

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2011-02-24

Diafragma, obturador e ISO. Afinal, para que tudo isso?

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Um conceito de fotografia que deve ser entendo logo de inicio, pois sem ele bem entendido não se faz fotografia. É o conceito de quantidade de luz. Por isso começo meus textos do básico de fotografia no blog com medição de luz.  Mas agente mede a luz para poder controlar a quantidade de luz que será capturada para se fazer a fotografia.

São dois os componentes de uma câmera que servem para controlar a quantidade de luz, um é o diafragma e o outro é o obturador. Obturador é algo presente em câmeras de filme e SLR, as câmeras compactas digitais não tem obturador do jeito tradicional, mas sim um circuito que permite a captura para armazenamento da informação que está sensibilizando o sensor, mas isso é outra história e a explicação de um obturador tradicional é didática.

O diafragma regula o tamanho da abertura que deixará passar a luz passar, seria um furo por onde passa menos ou mais luz dependendo do diâmetro do furo.

O obturador, nas DSLR, é uma cortina que fica na frente do sensor e que será aberta, permanecendo aberta pelo tempo especificado, no momento em que se aperta o botão disparador (fotógrafo da antiga, chama o momento que se faz a tomada de cena da fotografia de disparo, hoje os fotógrafos novos chamam de clique, influencia do uso de computadores e mouse).

Uma mesma sensibilização do sensor (ou do filme) pode ser conseguida aumentando a abertura de diafragma e diminuindo o tempo de exposição ou diminuindo a abertura e aumentando o tempo de exposição.

Os dispositivos - diafragma e obturador - são regulados para que cada passo para aumento de um seja equivalente a diminuição do outro em intervalos que se chamam de pontos de EV. Essa característica, onde um ajuste pode ser compensado no outro para manter a mesma quantidade de luz capturada, é chamada de reciprocidade (em filmes existe um conceito chamado de falha de reciprocidade, a regra não vale para tempos muito longos ou muito curtos de exposição). Nas câmeras mais modernas pode-se dividir esse ajuste de ponto de EX, tanto da abertura do diafragma quanto do tempo de exposição (obturador) em frações de pontos (1/2 ou 1/3).

Podemos fazer uma analogia com encher um balde de água. A água representa a luz, o ajuste do diafragma a abertura que se dá na torneira e o obturador o controle de tempo que deixamos a água passar. Para encher um mesmo balde podemos deixar a torneira muito aberta por um curto tempo ou deixar a torneira mais fechada por um longo tempo.

Com a abertura de diafragma e o tempo de exposição controlamos a quantidade de luz que sensibilizará o meio de captura da imagem. Mas o meio de captura (filme ou sensor) também possui uma característica que é a sensibilidade que ele tem a luz. Nos sensores existe a regulagem da sensibilidade a luz e nos filmes essa é uma característica química do mesmo (se bem que no sensor não se altera a sensibilidade, o circuito tem uma sensibilidade própria, mas podemos amplificar ou reduzir o sinal elétrico para se ter um meio que registre a luz com mais ou menos facilidade, mas isso é outra história).

No inicio da fotografia como indústria, começou-se a haver uma certa padronização de sensibilidade de filmes que culminou numa formalização de padrão pelo órgão internacional de padrões ISO (por isso dizemos o ISO do filme), onde os fabricantes de filme fotográfico formalizaram as questões de sensibilidade a luz, para que os fabricantes de câmeras tivessem como fazer equipamentos que não dependiam muito de qual filme estava sendo usado para se ter um mesmo resultado com a mesma regulagem na câmera na mesma luz incidente.

Com a fotografia digital, os fabricantes viram que o sensor poderia ser regulado para capturar menos ou mais luz e resolveram ajustar as escalas de sensibilidade ao mesmo padrão usado nos filmes, assim um fotógrafo acostumado com filme não precisaria aprender novamente conceitos para ter os mesmos resultador nos equipamentos digitais.

Os filmes são padronizador para que cada próximo ISO equivalha a um ponto de exposição a mais que o anterior, assim um filme ISO 200 representa um ponto de exposição a mais que um filme ISO 100, isso quer dizer que pode-se usar uma velocidade um ponto mais rápida ou um ponto de diafragma mais fechado quando se usa um filme ISO 200 ao invés de ISO 100.

O mesmo vale para o ajuste de sensibilidade no sensor, se passarmos de ISO 100 para ISO 200 podemos usar o diafragma mais fechado um ponto ou o obturador mais rápido um ponto. Note que não é meio ou 1/3 de ponto, é um ponto inteiro, mas nada impede que se feche o diafragma 1/3 de ponto e se diminua o tempo 2/3 de ponto (a soma dará um ponto).

São valores comuns de ISO para filmes: 25, 50, 100, 200, 400, 800 e 1600. Os valores muito baixos eram mais comuns no passado (mais ainda existem para equipamento de microfilmagem - está acabando devido a digitalização) e os valores mais altos só apareceram comercialmente depois da década de 1990.

Mas nem tudo são flores. Os filmes com maior sensibilidade aprestam uma granulação na imagem, pois os elementos sensíveis a luz devem ser grandes para serem muito sensíveis, isso reduz a definição da imagem (por isso que filmes de microfilmagem de documento são de ISO baixo, para ter maior definição) - é como se um filme de ISO baixo tivesse melhor resolução que um filme de ISO alto.

Curiosamente, com os sensores eletrônicos das câmeras digitais, ocorre um fenômeno que atrapalha as imagens em ISO alto, é claro que a resolução do sensor não muda, mas para se amplificar o sinal elétrico provocado pela luz no sensor, acaba-se introduzindo um ruido elétrico que faz com que a imagem perca nitidez e apresente pontos com coloração onde não deveria. A isso se chama ruido.

Tem fotógrafos que dizem que grão é bonito e ruido é feio, mas diversos programas de edição tratam o ruido e fazem ele parecer o grão. Note que os sensores digitais de hoje chegam a valores inimagináveis em filme para a sensibilidade e com um rendimento muito superior que um filme de mesma sensibilidade. Isto é, o ruido de que um sensor digital provoca na definição da imagem, por exemplo em ISO 800, é muito inferior a perda de definição que temos em um filme de mesmo ISO. Isso é mais verdadeiro para câmeras com sensor de tamanho maior, nas câmera compactas existe outro fator que implica na diminuição de definição, mas isso é outra história.

Espero que gostem desse texto. Qualquer dúvida podem entrar em contato pelo email disponível na página Sobre mim e esse blog.

Por favor não postem perguntas na área de comentários.

Flávio RB

2 comentários:

  1. Otimo texto flavio!!
    me ajudou bastante

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  2. Flavio essa troca de informação que vc vem postando e de grande importância, para quem esta entrando no mundo da fotografia e tem inúmeras duvidas valeu este blog esta show de bola parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!

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